25/07/2012

de infância e de saudade, ou apenas de vovô!

Acordei hoje para recordar. Recordar uma parte da infância que foi mais que feliz.
Vivi até os meus 8 anos no centro de Recife, mais especificamente na Rua de Santa Cecília, num apartamento em cima das Lojas Cassiano. Minha mãe e minha avó vendiam almoço para o pessoal que trabalhava nas lojas dali (numa época que aquilo lá não era cosplay da chinatown.), logo todo mundo daquelas redondezas me conhecia, o que facilitava muito minha infância de criança sozinha, criada em prédio e no meio de adultos.
Como não vivi rodeada de crianças, exceto minhas primas/irmãs gêmeas que, durante esse período moraram em Jiparaná-RO, tive que brincar sozinha por muito tempo e acabava indo para as lojas para poder 'ser criança'. Nossa, são tantas lembranças felizes e algumas, poucas, tristes também.
Lembro de ter um estoque de bonecas enormes porque cada loja que entrava eu escolhia a que queria brincar naquele dia, era sempre algo novo e encantador. E por falar em bonecas, uma das coisas que mais achava mágica era o fato de sempre encontrar sapatos de boneca jogados nas ruas, especialmente na Rua do Nogueira (paralela a Sta. Cecília), acho que deveria ter alguma fábrica por ali que eu desconhecia. Mas recordo de como eu ficava encantada de ir lá e achar os pares de sapatos vermelhos e altos da minha Barbie.
Outra lembrança forte que eu tenho é a de que certo dia eu estava brincando com aquelas pistolas de espoleta, na loja que trabalhava um tia minha, no exato momento que chegou o carregamento das pistolas. O rapaz foi abrir a caixa de pólvoras e a caixa explodiu no rosto dele. Nossa, lembro disso perfeitamente como se fosse hoje. No exato momento da explosão eu pisquei com medo e até hoje, quando estou muito nervosa, eu pisco descontroladamente.
Recordo perfeitamente o dia que aprendi a ler e que minha mãe me deu os parabéns e desceu para me comprar um presente (benefício de morar no centro da cidade, você não pega ônibus, nem trânsito para poder comprar tudo o que você quer e resolver as suas coisas). Fiquei em casa super ansiosa achando que ia ganhar algo que fosse saciar a minha fome de ler, mas aí chega mainha com uma toalha de coelhinho. Meu Deus, lembro que não consegui esconder minha cara de decepção, que aliás não consigo até hoje, e de no outro dia vê-la chegar com um gibi. A toalha eu tinha até um tempo desses e relutei em jogar fora, trazia recordações importantes.
Mas de todas as lembranças a que mais me marcou e que mais somou para eu ser o ser humano que sou hoje, sem sombra de dúvidas, foram os dias que vivi ao lado do meu avô. Ele morreu eu tinha apenas 4 anos, mas lembro, com riqueza de detalhes, os momentos vividos ao lado dele e tudo que ele me ensinou. Vovô era açougueiro e trabalhava no Mercado de São José. Passava o dia todo trabalhando e quando chegava em casa ia logo tomar banho e depois jantar. Na hora do jantar ficávamos eu e minhas primas/irmãs ao redor dele, esperando ele nos dar carne, a melhor que já comi até hoje. Era carne de primeira (porque açougueiro que come carne de segunda não é açougueiro de verdade, dizia ele), mal passada e cheia de vinagre. Gente, minha carne preferia até hoje é assim: sangrando e encharcada de vinagre.
Nas minhas férias de Janeiro e Julho eu acordava no mesmo horário da escola (sempre estudei de manhã) para ir com ele pro mercado. Passava o dia inteiro lá atendendo com ele e alimentando os gatos que viviam por lá. O coitado tinha um prejuízo danado comigo lá porque eu dava carne mesmo aos bixanos, não era pele, nem osso, era carne mesmo. Mas lembro da felicidade no rosto dele nos dias que eu estava lá. Aliás, meu avô foi quem me fez descobrir o amor pelos felinos e, toda vez que nossa gata dava cria, eu morria de chorar pedindo que os gatinhos ficassem lá em casa e ele sempre dizia sim até uma época que teve 14 gatos no apartamento, minha época de maior felicidade.
Foi vovô também que me ensinou a andar e que me deu grande parte do 'mimo' que eu tenho hoje. Quando ele tava já perto de morrer, na fase terminal do câncer, e que não queria tomar banho, nem comer, era eu que ia lá chamá-lo e era a mim que ele, ironicamente, obedecia. Um senhor de 70 e poucos anos obedecendo a uma criança de 4, a vida tem dessas, né?

...

Queria escrever mais lembranças boas da minha infância, mas as lágrimas se apossaram do meu rosto e as lembranças aqui recordadas encheram meu coração de saudade.

Perdoem, queridos poucos leitores, mas hoje eu sou saudade e nada mais.


Cheiro de infância e gosto de amor, recheado de saudades minhas!

23/07/2012

do fig!

De um FIG com nem tanto amor assim, mas que valeu!






















E ano que vem: 'que venha com mais amor'!

05/07/2012

dos perigos do coração...



Perigoso é o seu amor e eu saio de casa todo dia correndo o risco de ter meu coração roubado!
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