11/03/2010

Coisas do coração


Há muito tempo que venho me perguntando sobre o que é um relacionamento feliz e se, quando estamos nele, nós conseguimos percebê-lo. Será que a felicidade está em pequenos momentos? Aqueles que nem nos damos conta quando passamos por eles?

Muitos casais e muitas pessoas só conseguem perceber que foram felizes quando passam por momentos de tristeza, aí é que param e pensam: "nossa, naquela época a gente era feliz e nem sabia!". Mas será mesmo que a felicidade é algo tão imperceptível assim? Será que realmente só nos damos conta dela quando não a temos? É a máxima de que "só damos valor quando perdemos".

Sei que a tristeza é fundamental para a existência da felicidade, uma não vive sem a outra. Afinal, como saberíamos que somo felizes se antes não tivéssemos sido infelizes e tristes? Temos que comer o salgado para saber que o doce é doce. Só que a ideia de que temos que estar sofrendo para podermos perceber o quanto éramos felizes é algo um pouco irracional. Será que não somos capazes mesmo de estar ciente da nossa felicidade, do momento de plenitude conosco e com o outro, no exato momento em que ela acontece? E será que esta "hapiness" acontece mesmo em doses homeopáticas? Ela é verdadeiramente formada de pequenos momentos? São como formigas contra elefantes?

E a tristeza, será que ela chega no exato momento que a felicidade vai embora? E o amor? Qual o percentual de culpa dele nisso tudo? É mesmo o amor o maior responsável por sentimentos tão opostos? É estranho pensar que um sentimento tão bonito cause uma sensação tão boa e ao mesmo tempo algo tão ruim em nós. A tristeza chega junto com um amor não correspondido e a felicidade se vai com um amor não mais realizado, não mais possível.

Será que Vinícius tinha razão ao escrever que a tristeza não tem fim e a felicidade sim? É como se a tristeza ficasse escondida dentro da gente, esperando o exato momento de dar o bote na felicidade que nem nos damos conta que existe e que estamos passando.

E o pior de tudo é "pensar" que somos seres ditos racionais, que, muitas vezes, sabemos que iremos fazer o outro sofrer e ainda sim vamos em frente e fazemos. E pior ainda é quando fazemos coisas que magoarão nossos parceiros e nossas parceiras, mas que magoarão muito mais a nós mesmos. Somos tão "racionais" que não satisfeitos em acabar com a nossa felicidade ainda acabamos com a dos outros, sem nem ter nos dado conta de que ela realmente existia.

Que triste fim!



"tristeza, por favor, vá embora... minha alma que chora!"

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