30/03/2011

Livro Digital

Aqui em Recife está acontecendo um evento chamado "Literatura e Mídia Digital" no Centro Cultural Correios que teve início ontem (29/03/11) e termina amanhã (31/03/11). Hoje dei uma passadinha por lá para ver a mesa com Antônio Campos (IMC e Fliporto) cujo tema era 'O livro digital e direitos autorais' e durante o debate surgiu a questão do 'desaparecimento' futuro do livro impresso como uma constatação, dada não só por Campos, como também por Heloísa Buarque de Hollanda que estava na plateia.
Acho essa questão de uma complexidade tamanha. Sei que com o surgimento do livro digital o escritor tem muito a ganhar, em especial monetariamente, já que os custos com impressão, reprodução, encadernação e outras coisas mais deixarão de existir, mas confesso que meu romantismo literário vai contra isso tudo. Nunca comprei e-books, embora tenha pesquisado, e muito, em fontes digitalizadas, principalmente pelo google, além de baixar livros que se encontram disponíveis na internet, sejam em formato pdf ou até mesmo em word. Mas confesso que a ideia de não poder tocar nas páginas, folhear, sublinhar as passagens que me chamaram atenção e cheirar, que entre os atos que envolvem leitor e livro seja o que mais me encanta, especialmente porque gosto dos usados com cheiro de mofo, me incomoda muito.
Entendo a importância dos e-books para a chamada 'democratização' da cultura, e consequentemente da leitura, mas isso não me impede de analisar alguns problemas que vêm com eles, como os equipamentos que não são tão baratos, o que impede, em parte, essa democratização, e o prejuízo que, de certa forma, eles trazem à vista. Afinal passar um bom tempo na frente de uma tela prejudica e muito a visão.
Tenho total consciência que esse meu modo de ver é carregado de puro romantismo, porém acredito que dar por morto, num futuro próximo, um objeto que sobreviveu por séculos como meio de transmitir conhecimento e cultura é uma visão por demais determinista, anti-romântica e, porque não, mal agradecida.

"Catando a poesia que entornas no chão..."

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2 comentários:

  1. Roberta... primeiramente desculpa a ausência... tempo tá escasso... vide meu blog... Segundo: perigo zero do kindle ou de qualquer algo do gênero exterminar o livro... Pra falar a verdade eu o acho uma porcaria... Mas não quero ser xiita. Sou a favor da modernidade e de tentativas de tornar a cultura e o conhecimento ao alcance de massas diversas. Mas... Meu Deus! Tá longe do livro digital possibilitar isso. Já estive em várias palestras sobre a desmaterialização do livro, inclusive com o irmão do nosso ilustre governador e com a charmozíssima musa de 1968... E... algo é certo... pelos próximos 70 anos continuarei a ver a celulose amarelar nas minhas estantes, inundadas de caracteres oganizados com sentidos que transcendem qualquer interpretação semântica e/ou liguística...
    XXro!

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  2. Oi, querido! Realmente tava sentido sua falta por esses lado internéticos. Concordo com você e não acho que o livro impresso vá sumir assim como falam. Mas confesso que essas história de livro digital me assusta um pouco.
    O que sei, na verdade, é que se ele sumir, eu serei dona algumas relíquias que não irei me desfazer jamais.

    Beijos!

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