Preferi humilhá-lo com a poesia, arte que ele ignorava, e que o faria sofrer muito mais por não saber onde lhe doía. Eu declamava os versos lentamente, havia palavras que eu quase soletrava, pelo prazer de vê-lo se remexer na cadeira. Eu fazia longas pausas, silêncios que só um poeta se permite, e ele baixava o olho, olhava para o lado, para seus montes de livros, chegou a juntar os livros no colo, fez menção de se retirar.
(Trecho do livro "Budapeste" de Chico Buarque)
Porque ele sempre escreve o que sinto!
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